Sabemos que a Lei de Gravitação Universal de Newton só é válida para corpos com massa e, portanto, segundo ela, a luz, que não tem massa, não deveria sofrer a ação da gravidade. Mas o que será que o Princípio da Equivalência que acabamos de ver nos diz sobre isso?
Imagine que um raio de luz entre em uma torre horizontalmente através de uma janela, e depois atinja a parede oposta, tudo num tempo muito curto. O princípio da equivalência nos diz que em um refencial em queda livre, a luz deve se comportar da mesma forma que faria na ausência de gravidade, ou seja, deve viajar em linha reta. No entanto, o que é visto como movimento em linha reta para um observador em queda livre deve ser visto como uma trajetória curva por um observador que se encontra parado dentro da torre.
Isso nos diz que, diferente da gravitação Newtoniana, em que somente corpos com massa eram afetados pela gravidade, aqui, até mesmo a luz, que não tem massa, está sujeita a ela!
O desvio da luz pela gravidade, inclusive, foi a primeira consequência da Teoria da Relatividade Geral a ser comprovada! Em 1919, apenas três anos após a descoberta de Einstein, duas equipes foram enviadas para diferentes locais para observar um eclipse solar (sendo um desses locais, inclusive, em Sobral, aqui no Brasil!). O objetivo era fotografar as estrelas que apareciam no céu próximas ao Sol e compará-las a fotografias destas mesmas estrelas sem a interferência do Sol, pois, se a teoria estivesse correta, o campo gravitacional do Sol desviaria a trajetória da luz que elas emitiam, e por conta disso, elas apareceriam em outra posição no céu! Essa diferença foi de fato comprovada e a partir daí a teoria de Einstein ganhou mais força!
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De forma geral, esse efeito é muito importante na Astronomia, pois ele se faz presente em diversas observações astronômicas, como nesta foto de espaço profundo tirada pelo Telescópio James Webb em 2022, em que pode-se ver que galáxias próximas ao centro tem sua aparência deformada graças à grande massa das galáxias mais ao centro.